Apesar de prometer facilidade, o regime do Simples Nacional pode esconder algumas armadilhas para empresários desatentos. Embora unifique tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia, o cálculo nem sempre é tão simples assim. Quer entender por quê? Continue lendo.

O que é o Simples Nacional?

Criado para facilitar a vida das micro e pequenas empresas, o Simples Nacional unifica oito tributos em uma única guia: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI, INSS patronal, ICMS e ISS. Isso reduz a burocracia, centraliza obrigações e oferece alíquotas supostamente mais leves. Mas, na prática, a simplicidade termina aí.

O desafio dos Anexos e suas alíquotas

O Simples Nacional é dividido em cinco anexos (I ao V), que definem as faixas de tributação conforme o tipo de atividade da empresa. Cada anexo tem alíquotas diferentes, que variam conforme o faturamento acumulado dos últimos 12 meses. Além disso, para empresas de serviços, o cálculo envolve o chamado Fator R — um índice que mistura a folha de pagamento com o faturamento da empresa.

Ou seja, dois negócios com o mesmo faturamento podem pagar valores de imposto totalmente diferentes, dependendo do anexo em que se enquadram.

A pegadinha da Substituição Tributária

Outro ponto que confunde muitos empresários é a Substituição Tributária do ICMS. Mesmo optando pelo Simples Nacional, alguns produtos estão sujeitos à ST, o que significa que o imposto já vem retido antes da venda — e a empresa pode ter que arcar com custos adicionais ou até prejuízo se não ajustar corretamente sua precificação.

Cuidado com o “simples” que complica

Muitos empresários escolhem o Simples acreditando que estão pagando menos impostos, mas acabam:

  • Classificados no anexo errado;
  • Ignorando o Fator R;
  • Não sabendo que pagam ICMS-ST fora da guia única;
  • Ou até faturando mais e perdendo os benefícios do regime sem perceber.
➡️ Depende. O Simples Nacional é vantajoso para muitas empresas, mas não é regra geral. Para saber se ele é o mais econômico para sua realidade, é fundamental fazer uma análise tributária comparativa com outros regimes, como o Lucro Presumido.

Fale com um contador especialista antes de tomar qualquer decisão. Uma escolha errada pode comprometer sua margem de lucro — e custar caro no futuro.